Fanfic de Natal
Ela não faz muito sentido, quando escrevi você não tinha OC (não sei se tem agora) então está bem doidinha.
Para começar, como você disse que é branca que nem papel, pensei em te fazer um fantasma.
Lares
Manes (Grécia) ou Lares (Roma, Itália), eram os espíritos de ancestrais, (também considerado dos lares, já que permaneciam nas moradias) e que não precisavam ser temidos se todos os rituais fossem realizados, conforme estavam prescritos, segundo a religião.
Dizem que eram responsáveis pelo fogo doméstico, e poderiam ser inclusive, um recurso de proteção, no sentido de interferir a favor dos parentes, usando poderes adquiridos do além.
Ache que um fantasma malvado não combinava, ai achei este.
UM NATAL EM ELDARYA.
Já era tarde da noite na véspera do natal, Ezarel tinha de terminar algumas poções e por isso encontrava-se no Laboratório.
Ouviu-se um barulho na sala das portas. Era Nevra que não sabia voltar em silencio de uma missão. Vinha conversando com sua irmã e galanteando Cindi; sua subordinada.
O bom humor do elfo que estava desde de cedo trabalhando, era inexistente , revestido de sarcasmo o ex auxiliar do Papai Noel foi dar as "boas vindas" ao amigo.
Abrindo a porta do laboratório, deparou-se com a manes subordinada do vampiro. Sua presença era tão terna e aconchegante para o Elfo que, de repente, não estava mais com raiva, deu um sorriso fraco.
—O-Oi Cindi, como foi a missão? —resmungou o elfo tentando maquiar a vergonha.
— Bem, foi concluída.
— Karenn atrapalhou seus planinhos com o Nevra, não foi? —Indagou o azulado voltando a expressão rotineira de ironia.
Cindi não respondeu-o. Depois de alguns segundos de silencio, o elfo, deu as costas a ela e voltou as suas poções. A manes o observou por alguns segundos, mas, seus pensamentos nem bem começaram e Karenn os interompeu.
—Ei, Cindi! Venha com a gente. Nós vamos comer e botar atualizar as fofocas.— Nevra pareceu não concordar com a parte das fofocas.
Ela olhou para o alquimista, e voltou seu olhar para a vampira, consentiu com a cabeça e o acompanhou. Ezarel a olhou seguir rumo a cantina, quando teve certeza que não seria notado seguiu rumo ao seu próprio quarto.
Quando chegaram na cantina encontraram uma pequena alquimista da Absinto, ela levava em seus braços alguns potes de mel e pães.
—Oi!—Kuru tentou sair, mas, Nevra obstruiu a passagem.
—Roubando comida mocinha? Podia ter pedido, eu te levava para comer.
Kuru ficou vermelha de raiva.
—Eu não roubei nada! Miiko me pediu para ajudar o Ez com umas poções.- A menina respirou fundo.- Estamos trabalhando desde cedo...se ele não comer nada, das duas uma: Ou ele me mata ou desmaia.-Kuru voltou-se para Cindi.- Ele tem uma coisa para você, não sei o que é, mas, ele ficou falando disso o dia todo.
A pequena fez um gesto com a cabeça apontando a porta para o vampiro, este deixou-a passar.
—Como assim ele tem um presente para você?-perguntou Karenn colocando-se a frente de Cindi.
—Por que ele não me disse nada?—Nevra indagou a si próprio mirando o teto como se este tivesse as respostas.
—Ele está gostando de você?-indagou Karenn. Um sorriso absurdamente grande surgiu em seu rosto. Ela gosta realmente de fofocas.-Por que não me disse antes? Não somos amigas? Amigas contam esse tipo de coisa?...—Entre varias outras perguntas de mesma especie.
Cindi sentiu-se sufocada pela enxurrada de perguntas então saiu de lá. Ela não atravessava as paredes em respeito aos outros membros, por isso, ela seguiu pelo corredor encontrando assim o elfo.
—Já cansou da companhia do Nevra?—Ezarel ironizou, parando para conversar com ela.
—A-a ...
—A a o que? Me de uma resposta concreta menina!
—A Kuru...
-—O que tem aquela coisa feia? Falando nela, onde você a viu? Mandei aquela inútil buscar algo para mim e até agora nada.
—Na cantina, eu a vi na cantina...- —Para um espirito ela estava muito aflita.
—NA CANTINA! O QUE ELA FOI FAZER LÁ?—Ezarel respirou fundo, pareceu refletir por um instante.-Ah, esquece, você não tem nada haver com isso. Então o que tem ela?
—Ela disse... que... você tem alguma coisa para mim.
—Aquela menina fala demais.
—Você não pediu segredo!-—Kuru brotou no corredor a alguns passos da manes.—Olha o que você pediu!—Ela jogou um frasco para ele.—Está me devendo trezentas maanas!
O elfo sorriu.
—Esta cobrando um serviço para o seu chefe?
—Estou! Este negocinho de nada ai foi trezentas maanas, meu mascote não encontrou ele, eu tive de comprar com o Purral...—Kuru abaixou a cabeça, pareceu pensar em algo.—Você me pediu para achar por que sabia que era caro, não é?
—Está completamente certa!— O elfo achou divertida a situação.
Kuru permaneceu de cabeça baixa e sussurrou "te odeio" em um tom quase inaldivel, então ela foi embora, ainda revolta com seu chefe.
—Já que está criatura estragou a surpresas, venha comigo um minuto.— Abriu a porta de seu quarto, mas, não chegou a entrar.
— Abre o jogo, por que quer isso?
— Isso o que?
— O ingrediente que você pediu a Kuru.—Cindi encarou o frasco. Mantinha uma expressão rija a qual o elfo não entendeu.
— Ah! —Ezarel escondeu o vidro atrás de seu corpo — Você não sabe bem o conceito de "surpresa" não é mesmo?
— E nem você o de "educação". Sei que isso que tem em mãos é essência de vida, a mesma que fomos instruídos a não manusear.
—Exatamente! Você não pode mexer, eu posso. — Falou o azulado apontando para os respectivos sujeitos — Agora, se puder me acompanhar...
—Não! Já que VOCÊ, não pode falar sequer o que vai fazer, EU não tenho o menor interesse em ajudar!— Cindi se descontrolou, estava cansada de enrolações.
Ezarel a encarou com um certo espanto, mas, logo suavizou seu semblante, demonstrando minimamente sua decepção.
— Faça o que quiser...— Entrou em seu quarto.
Cindi pasmou, a frieza do elfo debatia com sua tristeza, parecia frustado, decepcionado não com ela ,mas, com si próprio, como se carregasse um peso sobre seus ombros, a manes limitou-se a lhe dar as costas voltando a andar pelo corredor.
O elfo resmungou alguma coisa que a livida não fez questão de entender, mirava o piso, o veludo vermelho conseguia ver apenas a silhueta do que um dia foram seus pés, talvez estivessem sendo engolidos pelo tapete, ou era o efeito das lágrimas, não sabia o motivo que as faziam cair, apenas que não queriam parar.
— Te achei!
Karenn surgiu em sua frente, as vezes perguntava-se se ela quem era o fantasma.
— Vim ouvir fofocas! Não esconda nada!— continuava com o mesmo sorriso.
—O que é isso, mulher? Eu não sou fonte de informações!— Talvez tenha sido desnecessariamente grossa com a vampirinha, contudo, não está disposta a pensar nisso.
—Só estou puxando assunto! Espera... —Karenn a mediu com o olhar, como se algo estivesse errado —Você ainda é um fantasma?
—Como assim "ainda"?
Cindi espremeu os olhos tentando entender aonde a pequena queria chegar.
A vampira escondeu a boca entre as mãos.
— Ele não te contou...
— Ele quem!?
— Ele passou semanas acordado tentando fazê-la a tempo...
— A TEMPO DO QUE?! FALE DE UMA VEZ!
— A POÇÃO DA VIDA!
O tempo aparaceu congelar, agora tudo fazia sentido; O mal humor, a timidez até a relutância. Parecia estar amostra para todos, menos para ela, o sentimento do elfo. Deu meia volta no mesmo instante, chegando a frente do quarto, não se incomodou em anunciar sua chegada, arrevessou a madeira dano de cara com o azulado, ele parecia concentrado em despejar o liquido de um frasco em outro.
— Ezarel!...
Ele deu um pulo, a solução parecia uma mini bomba explodindo em seu rosto, deve ter colocado de mais.
— Olhe o que você fez! — Ele fitou Cindi com o cenho franzido, mas não pela raiva, estava segurando o choro.
— Ei, o que foi?
— A POÇÃO EXPLODIU NA MINHA CARA! ESTÁ ARDENDO! FOI DENTRO DO MEU OLHO!
— DESCULPA, EU NÃO SABIA!
— PARECE QUE ESTOU LIMPANDO O CHÃO COM A MINHA PÁLPEBRA! PEGA UM COLÍRIO!
— MAS NÃO TEM COLÍRIO!
— COSPE! FAZ ALGUMA COISA ANTES QUE EU FIQUE CEGO! CHAMA ALGUÉM!
O elfo correu até a porta vedando sua visão.
— SOCORO SOCOROOO!
— É SOCORRO!
— JÁ CHEGOU? MEDICO! INFERNO! NÃO APARECE NINGUÉM!
— QUE GRITARIA É ESSA?! — Miiko invade o quarto.
— o Ezarel derramou uma poção nos olhos, deve ser poção do amor...
— Por que?
— Porque o amor é cego.
— PARE DE FAZER CHACOTA COM A MINHA DOR! CADÊ A COMPAIXÃO? CADÊ A "BENDITA" MÉDICA?!
— Vamos leva-lo para enfermaria. — concluiu Miiko.
— AGORA?! ME TRAGAM UMA MULETA! SERÁ MAIS ÚTIL!
—Pare de drama Ezarel!-Miiko segurou pelo braço e o conduziu a enfermaria.
Ezarel gritava desesperadamente pelo caminho, muitos membros foram ver o que acontecia.
—É o Ezarel!
—O que será que aconteceu?
— MEUS OLHOS!
Alguns membros começaram a rir dele, isso o irritou.
—EU CONHEÇO A VOZ DE VOCÊS, VÃO SOFRER AS DEVIDAS CONSEQUÊNCIAS!
A situação era cômica e trágica.
Finalmente chegaram na enfermaria, Ewelein estava atendendo uma criança em um exame rotineiro. Quando viu o elfo levou um susto.
— O que aconteceu com ele?
—Uma poção explodiu em seu rosto.
—Qual os ingredientes da poção?— ela aproximou-se armário de medicamentos.
—Eu não sei!—Respondeu Miiko.
—Um deles era...— Começou Cindi.
— O colírio rosa perto dos algodões. É dele que eu preciso!— Ezarel interveio.—Acho que ela estava falando comigo.— Tentou sorrir.
— Aqui Ez.— Ewelein puxou delicadamente o rosto do elfo, forçando-o a abaixar alguns centímetros e então pingou a substância em seus olhos.
Ele piscou violentamente durante alguns segundos, então seus olhos voltaram ao normal. Ele se soltou de Miiko e ajeitou as roupas.
— Bem melhor!— olhou em volta.— Obrigado Ewelein, agora eu tenho de conversar com algumas pessoas. Com licença.
—Ei, aonde você vai? Me explique por que você estava no seu quarto e não no laboratório, com lhe foi pedido?— Miiko exigiu.
— Conforto minha cara.—Ezarel se retirou da enfermaria sem mais explicações.
Miiko ficou com raiva, mas, não foi atrás dele. Quem foi atrás dele foi Cindi.
— Por que estava fazendo aquilo? — Cindi tentou segurar um de seus braços, mas, suas mãos atravessaram o braço o elfo.
— Bebendo poções pelos olhos?—Ele parou e virou-se para a fantasma— Confesso que só faço isso em eventos especias.
— Pare de gracinha! Eu quero a verdade!
—Eu menti?
—Ezarel!
— Certo. — bufou o elfo. — Vem comigo, desta vez sem escândalos.
Cindi engoliu seco, agora que percebeu que ela mesma havia causado toda a situação onde estava, assentiu seguindo ele.
— EU NÃO ESQUECI DE VOCÊS NÃO! QUERO VER QUANDO ALGUÉM BEBER A POÇÃO ERRADA E VIRAR UM CAVALO, AI EU QUEM VOU RIR!—Ezarel gritou olhando para as pessoas que ainda permaneciam na sala das portas.
— Foca, por favor.
— Ok, para o laboratório!— O elfo pareceu rir.
O casal dirigiu-se até o laboratório, adentrando a sala a encontraram uma infinidade de pães espalhados pela bancada e um "ser" mexendo alguns frascos multicoloridos.
— Ah! — disse o 'ser' ao ver o casal — Já estou saindo...
Ela estava perto da porta quando o elfo a chamou.
— Kuru?! O que são estes pães?! —falou Ezarel apontando os mesmos.
— É um lanche, custou dinheiro, então coma.— Abriu a porta.
— Certo mamãe. Não me trouxe leite quente ou uma coberta também?
— Só não retruco por que tem leite do outro lado da mesa. — resmungou Kuru saindo finalmente.
O silencio tomou o lugar, ambos se entreolhavam em busca de explicações.
— Por que a poção?
O elfo não respondeu, limitou a se sentar próximo a bancada, apanhando um dos pães e olhando em volta.
—Aonde você acha que ela colocou o leite?— O encontrou com os olhos.— Esta ali!— Pegou o mesmo.
— Vamos! Ou você acha que...— Cindi aproximou-se dele
— Você acha que é fácil? — interrompeu Ezarel.
— C-Como assim?— Ela foi pega de súbito pela pergunta dele.
O azulado escondeu seu rosto entre sua mãos, deixando a bebida e o pão de lado.
— Por acha que não gosto que me toquem? — murmurou Ezarel com a voz embargada.
Novamente o silencio, Cindi ainda não havia entendido o destino daquela conversa.
— A unica que permitiria tal coisa, não pode ao menos abrir esta porta. — O elfo não conteve mais as lagrimas — Não sabe o quanto quero, mesmo que só por alguns instantes, sentir o calor do seu abraço.
Cindi aproximou-se dele, e então...
...Um membro da absinto bateu na porta.
— Chefe, as poções estão prontas? Já está tudo arrumado, só falta você trazer as suas. Quer ajuda?
Cindi ainda olhava para Ezarel, assim o membro reparou que o chefe; estava chorando.
— Chefe?
— Aquela maldita poção! Meus olhos... Ainda ardem.—Tentou disfarçar
Ezarel levantou-se e apanhou uma das caixas repletas de poções com pressa, indicando a outra para o rapaz, assim que o fez baixou a cabeça tentando esconder o quão estava frustado.
Cindi seguiu eles com cautela. O grupo dirigiu-se até o quiosque central.
— Pronto! Daqui eu resolvo! — comemorou o membro apanhando os frascos.
— Nós resolvemos. — interrompeu Kuru. Que pegou a caixa das mãos do chefe.— Você tem uma mania de me esquecer. —Repreendeu o colega. A pequena mirou Ezarel — Pode deixar chefe, assumimos daqui.
Os dois foram em direção a cerejeira centenária. Ainda pareciam discutir.
— Eu também quero. — Cindi cortou o silencio.
— O que? — murmurou o elfo, ainda de olho nos subordinados.
— Te abraçar.— olhou-o
Ezarel corou, um sorriso brotou em seu rosto, ele moveu-se para admirar a manes até que um mascote excêntrico atrapalhou o clima, uma panalulu encapetada, seguidora de Lúcifer, adoradora dos iluminates, entre outros seres satânicos esbarou em Ezarel, este na tentativa de acalmar o ser das trevas deixou cair o que ele carregava, ou melhor, jogou para o ar com a mordida da demonia, para a sua surpresa não era qualquer frasco, era; Um frasco de essência da vida.
Um brilho intenso cercou Cindi, transformando-a em matéria, respirou pela primeira vez depois da morte. Antes que pudesse comemorar sentiu um toque terno e acolhedor, o elfo havia a envolvido em um abraço sem pensar duas vezes, com um sorriso Cindi retribui. Os fogos tomaram o céu. Era Natal.
Mas, a quantidade escassa que havia acertado a fantasma garantiu apenas alguns segundos de sua matéria, nenhum deles escapou da atenção de Ezarel que, ao fim dos fogos, se viu abraçando-se sozinho.
— Feliz Natal Cindi.
— Feliz Natal.